Baseado em fatos reais e pessoais:
Durante muito tempo, eu acreditei que todo fim precisava de uma última conversa. Era como se eu não conseguisse seguir em frente sem explicar o que senti, sem contar meu lado da história, sem justificativas do outro ou minhas. Eu achava, sinceramente, que o outro estava ali, parado no tempo comigo, esperando o momento de “fechamento”. Mas a verdade é que nem sempre nossos sentimentos são os mesmos do outro. Às vezes, ou na maioria dos casos, aquela necessidade gritante que sentimos de uma ultima conversa é só nossa.
Muitas vezes fui aquela pessoa que, depois de semanas ou meses, reaparecia no pv tentando explicar o que sentia ou o contrário: pedindo explicações. E, do outro lado, muitas vezes dava de cara com a indiferença, silêncio, ou alguém que estava seguindo em frente e que nem lembrava mais de mim. A experiência foi, para mim, um choque de realidade: nem todo mundo vive o luto ou o encerramento no mesmo tempo ou na mesma intensidade. Cada um tem sua maneira de encerrar seus ciclos.
Hoje eu entendo que agir com base no impulso pode até parecer necessário no momento, mas depois pode gerar arrependimentos, como acontecia comigo. As nossas emoções são reais e sinceras, mas são temporárias.
E eu, por mais que demorasse horas refletindo, ainda agia no auge das minhas emoções e por mais que esse gesto de querer o fim bom para ambos os lados, trazia vulnerabilidade, e nem sempre o outro está disponível para acolher o que estamos oferecendo. Às vezes a cura está no silêncio, em aceitar que nem todo final terá um ponto, uma explicação ou um acerto de contas.
No fim, percebemos que o encerramento que importa é o que nos acontece internamente: com ou sem a participação do outro. Ou seja, nem sempre é sobre ter a última palavra. É encarar que temos que encontrar a “paz” mesmo sem ela. É sobre entender que ausência de respostas ou “pingos nos is” já é uma resposta.
reaaal!!! aprendi isso levando um choque de realidade tb, passei por uma situação de indiferença com uma ex amizade, e notei que a minha forma de encerrar as coisas, é beeem diferente dos outros.